domingo, 14 de novembro de 2010

Festejo de São José das laranjeiras

Tradição e fé na comunidade do Centro histórico


São Luís do Maranhão - Todo ultimo domingo de outubro é celebrado o festejo em homenagem à São José das laranjeiras, excepcionalmente, em anos de eleições a exemplo do atual, quando o pleito vai pro segundo turno adia-se para o seguinte, no caso desse ano caiu em sete de novembro, domingo de sol. Começa o dia, às sete da manhã, os fiéis já começam se reunir, nos arredores da feira, iniciam preces e orações, é servido um café da manhã para o pessoal. Logo em seguida por volta da oito da manhã, uma carreata e mais três ônibus disponibilizados pela Associação dos feirantes, para a condução dos fiéis sai do estacionamento para uma visita a cidade balneária, São José de Ribamar. Regressando à Praia Grande, uma procissão sai em cortejo ao santo, pelas ruas e becos centrais do centro histórico de São Luís. Uma missa campal é realizada dentro das dependências da feira e em seguida um coquetel, com bolo, salgados e muita animação com música mecânica e ao vivo, uma apresentação do tambor de crioulas, endêmico patrimônio imaterial, não poderia faltar.

Regado a muita cerveja gelada e uma quente de primeira, além de um cardápio sensacional, deliciosas tortas de frutos do mar, arroz de cuxá caseiro, e outras iguarias, assim foi comemorado o festejo de São José das laranjeiras, padroeiro da feira da Praia Grande, ou Casa das Tulhas, primeiro comércio de São Luís, onde eram entulhadas tudo quanto era mercadoria endereçada à cidade. Essas informações foram apuradas numa boa conversa com Byra, ou melhor, Ubiracy Lima Sampaio, feirante a mais de trinta anos, contou ele, que começou a comercializar com seu pai, aos treze anos de idade, e hoje já completou 45. “Dizem os antigos, que o festejo sempre foi realizado, a data da fundação nos adornos de ferro num de seus portais, que somam quatro, o ano de 1861. A imagem do santo chegou pelo mar, que rebentava às portas, antes do aterramento do Rio Bacanga, no que restou duma embarcação, há muito tempo, o santo é o principal também duma capela histórica particular de fundação ao ano 1818, ano grafado no oitão, e aberta a visitações, há data de 2007 após restauração do IPHAN. Fica localizada na Rua Grande ao lado do prédio do antigo colégio Maristas.  

Democracia e LIberdade

Performances espontâneas e música

A vida é uma festa


Por André Soares






Aparecem em momento pré-festa Zé Maria e banda



Há muitas décadas se realiza, com algumas variações no ponto, agora com instalações no prédio em frente aos fundos do centro de criatividade Odylo Costa Filho, Praia Grande. Nas noites de quinta-feira o centro cultural e histórico de São Luís estremece, remexe ao bom som da trupe da companhia de teatro e bonecos, ali se passa o que de melhor na atual produção musical ludovicense se tem visto. No comando de Zé Maria e da banda 'Casca de banana', todos os músicos e apoiadores do cenário alternativo da música se apresentam verdadeiras autarquias da música maranhense. O espaço é o Beco dos catraieiros, de frente a Beira mar. O olor que sobe dali é de maresia e fumaça, das peles dos tambores e das gentes que por ali faz do universo cultural estabelecido na cidade o emblema maior.
Reúnem-se muitas pessoas, nem sempre, para a audição dum som alternativo de improviso espontâneo e de técnica apurada, músicos, letristas, cordelistas, poetas em geral, entre outros sábios, já conhecem e desfrutam o evento periódico das quintas com importância no contexto atual e geral, já que ali é o espaço livre onde se expressam todos, democraticamente, um dos poucos na realidade brasileira, exceto pelo fato da boa cerveja gelada, de praxe, que é servida aos frequentadores e se vêem por ali todos os tipos, de todas as classes aportadas na ilha. A “Vida é uma festa” com todas as críticas e louvores recebidos continua, seguindo para a eternidade imaterial, constituindo-se em fenômeno único para ser lembrado por muito tempo, na posteridade maranhense.
Sem entrar no mérito de ser ou não o evento, um produto cultural, creio ser mais que somente isso, os momentos feitos de acontecimento periódico das quintas. Pois o interesse no mercado, ou de mercadologizar, os trabalhos em artes diversas que por ali atravessam como estandartes duma resistência invisível e muito conveniente, não é mais que uma preocupação distante dos componentes dA vida é uma festa. Percebe-se o prazer com que tangem seus instrumentos e vozes todos os que participam lá, fazendo do beco um local exíguo de liberdade e transcendência na Ilha do Amor, com repercussões em todo o Estado.  
 

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aconteceu, na Cena Reggae... Numa noite alheia

 
Uma noite no Odeon
Sobre o reggae, o evento e as atrações
O gênero musical denominado Reggae surgiu na Jamaica há muito tempo. Suas raízes foram deixadas no Brasil por meio dos negros, em especial no Norte-nordeste e na capital maranhense (São Luís), conhecida como a Jamaica Brasileira. A princípio, a “influência regueira” era bastante evidente nas periferias e clubes de reggae; esses eram os locais dominados pelo som jamaicano. Mas o movimento cultural iniciado com a levada dos hits de Bob Marley, recentemente se popularizou e adentrou os gostos musicais de várias classes, a média e a alta, fenômeno antes nunca visto. Na última quarta (20), o Bar Odeon, característico pelo ambiente rústico e alternativo, proporcionou uma noite de muita diversão, onde pessoas antenadas puderam apreciar o som empolgante, e ao mesmo tempo relaxante do ritmo da Jamaica, com a Banda Katamarã, os DJ’s Andrezinho Vibration e Jards Zue a discotecagem Baião de Dois.

A popularização conquistada por este gênero musical, ou melhor, “elitização” do gênero muito se deu pelo surgimento de casas de reggae, bares especializados, DJ’s e discotecagens inteiradas, que buscam eternizar o roots, trazendo também novas misturas mixadas. “Hoje vejo diferenças de classes em nosso ambiente. A classe média impera no reggae”, diz Andrezinho Vibration, um dos pioneiros do movimento na capital. Ele completa: “É visível nos bares - não em clubes, mas nos bares - que a galera pesquisa cada vez mais bandas, mais sons. A prova disso é o aparecimento de mais DJ’s no cenário”, afirmou, referindo-se ao número de DJ’s e discotecagens de reggae que fortalecem a cena na Ilha do Amor.

O som do Baião de Dois, junta vários elementos num só; eles fazem mistura do ritmo com hip hop, ragga, dub, rockstead, rap, e outros. Formada por Marlos Souza e Pedro Henrique Farias, a Baião de Dois tem a proposta de apresentar algo criativo e diferenciado, que faça o público curtir bastante. “Tocamos de tudo que é diferente. O que nos interessa é buscar algo novo, tocar algo que as pessoas não conhecem”, elucidou Marlos Souza.

Agora elogiando o trabalho que realizam Andrezinho Vibration, ZUE, o Baião de dois e a banda Katamarã, é o que temos de mais qualidade no que se refere a cena Reggae, que tem muita força na cidade. A mesma massa guerreira que canta a Tribo de Jah, está crescendo a cada dia, elegendo seus representantes e carecendo das mesmas soluções aos mesmos velhos problemas políticos e culturais...

Texto: Jesilene Corrêa
Contribuições: André Gustavo