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Performances espontâneas e música |
A vida é uma festa
Por André Soares
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Aparecem em momento pré-festa Zé Maria e banda |
Há muitas décadas se realiza, com algumas variações no ponto, agora com instalações no prédio em frente aos fundos do centro de criatividade Odylo Costa Filho, Praia Grande. Nas noites de quinta-feira o centro cultural e histórico de São Luís estremece, remexe ao bom som da trupe da companhia de teatro e bonecos, ali se passa o que de melhor na atual produção musical ludovicense se tem visto. No comando de Zé Maria e da banda 'Casca de banana', todos os músicos e apoiadores do cenário alternativo da música se apresentam verdadeiras autarquias da música maranhense. O espaço é o Beco dos catraieiros, de frente a Beira mar. O olor que sobe dali é de maresia e fumaça, das peles dos tambores e das gentes que por ali faz do universo cultural estabelecido na cidade o emblema maior.
Reúnem-se muitas pessoas, nem sempre, para a audição dum som alternativo de improviso espontâneo e de técnica apurada, músicos, letristas, cordelistas, poetas em geral, entre outros sábios, já conhecem e desfrutam o evento periódico das quintas com importância no contexto atual e geral, já que ali é o espaço livre onde se expressam todos, democraticamente, um dos poucos na realidade brasileira, exceto pelo fato da boa cerveja gelada, de praxe, que é servida aos frequentadores e se vêem por ali todos os tipos, de todas as classes aportadas na ilha. A “Vida é uma festa” com todas as críticas e louvores recebidos continua, seguindo para a eternidade imaterial, constituindo-se em fenômeno único para ser lembrado por muito tempo, na posteridade maranhense.
Sem entrar no mérito de ser ou não o evento, um produto cultural, creio ser mais que somente isso, os momentos feitos de acontecimento periódico das quintas. Pois o interesse no mercado, ou de mercadologizar, os trabalhos em artes diversas que por ali atravessam como estandartes duma resistência invisível e muito conveniente, não é mais que uma preocupação distante dos componentes dA vida é uma festa. Percebe-se o prazer com que tangem seus instrumentos e vozes todos os que participam lá, fazendo do beco um local exíguo de liberdade e transcendência na Ilha do Amor, com repercussões em todo o Estado.
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